Ao longo da história, o Senhor fez uma aliança com Israel e foi educando o seu povo para a plenitude dos tempos messiânicos. Nos acontecimentos de sua história, Israel percebeu a ação de Deus em seu meio, por isso sempre o invocava diante das ameaças dos povos vizinhos, mas sua infidelidade lhe custou duas vezes o exílio.
Nestes tempos que são os últimos, o Senhor cumpre a sua promessa enviando o seu Filho Jesus. O profeta Isaías já vislumbrava esse momento, “o povo que caminhava na escuridão viu brilhar uma grande luz” (Is 9,2). O Senhor se deu a conhecer, não mais por meio de patriarcas e profetas, veio nos falar em pessoa, “Na plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher!” (Gl 4,4). Ou então, muito depois da vinda de Jesus, o evangelista João é capaz de reconhecer: “Deus amou tanto o mundo que entregou seu Filho único” (Jo 3,16).
O Verbo que estava em Deus, que é Deus, se encarna em Maria, assume a natureza humana e faz-se um de nós, para agora, em pessoa, preparar o povo de Deus para a nova Realidade. Jesus, o Filho de Deus, foi reconhecido como o Cristo, o ungido do Pai, que derramou o Espírito de salvação sobre toda a humanidade. Jesus assumiu a nossa humanidade, para que nossa humanidade fosse divinizada. Assim, o cristão reconhece a chama do Espírito de Jesus que arde em seu coração.
O Ano Litúrgico começa, para a Igreja Armênia, no Domingo mais próximo do dia 18 de novembro, quando têm início os sete Domingos que preparam esta primeira grande festa, no dia 6 de janeiro, no Brasil, ela é transferida para o Domingo mais próximo a esta data. Como se trata de um período de 50 dias este período chama-se “Hisnagats”, em cuja raiz está também o conceito dos 50 dias. Nesse tempo já olhamos para a meta, centramos nossos sentidos para o fundamental: a revelação do Senhor.